Milhares de migrantes, sendo a maior parte da África Ocidental, assim como do Bangladesh, Somália, Sudão e da Eritreia, encontram-se retidos em campos e armazéns na costa da Líbia, na esperança de chegar à Europa.
Quando os armazéns ficam superlotados, ou se os imigrantes não possuem meios para pagar a taxa de embarcação para Itália – onde muitos são resgatados por navios operados por ONGs – eles são vendidos.
A existência de mercados de escravos modernos é conhecida há já alguns meses, com testemunhos da Organização Internacional para Migrações e outras agências humanitárias, mas na semana passada a CNN obteve imagens de vídeo de um desses leilões.
Em cenários que remetem ao século XIX, quando o comércio de escravos era abundante, os leiloeiros exibem um grupo de migrantes da África Ocidental como “rapazes fortes para o trabalho agrícola”. Os leiloeiros se referiam aos migrantes em árabe como “mercadoria”.
O vídeo mostra compradores apreciando os migrantes, alguns deles que acabaram sendo vendidos a preços que partem de $400, o equivalente a 25 mil Meticais.
Ahmed Metig, vice-primeiro ministro reconhecido pelas Nações Unidas, disse que o Governo irá investigar as alegações.
A Líbia encontra-se mergulhada numa profunda crise política desde a intervenção da NATO em 2011. Existem milhares milícias armadas e o país conta com dois governos, um dos quais reconhecido pelas Nações Unidas.
Telegraph